1748 | Nasce Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes
Joaquim José da Silva Xavier (1746-21/4/1792) nasce em São João del Rei. Órfão de mãe desde os 9 anos e de pai a partir dos 11, é criado pelo padrinho em Vila Rica, atual Ouro Preto. Exerce os ofícios de tropeiro, minerador e dentista – de onde vem o apelido Tiradentes. Entra na conspiração depois de se tornar alferes (o equivalente a soldado na época) do Regimento dos Dragões de Minas Gerais. Como não tem ligação familiar com a aristocracia local, é sistematicamente preterido nas promoções. Passa a fazer parte da Inconfidência Mineira após conhecer Domingos Barbosa e José Álvares Maciel, dois outros integrantes do movimento, no Rio de Janeiro. Adere a ele com energia e vigor e se torna uma figura bastante atuante desde o início. Hábil na comunicação, ajuda a organizá-lo, até ser preso, em 1789, data em que a conspiração é descoberta. O processo contra os inconfidentes arrasta-se até 1792 e termina com a condenação à forca de 11 dos réus e à prisão perpétua e ao açoite dos demais em praça pública.
De todos os condenados à morte, somente Tiradentes é executado. Enforcado no Rio de Janeiro em 21 de abril de 1792, seu corpo é esquartejado e a cabeça exposta na praça central de Vila Rica. A pena inclui ainda a queima total de sua casa e tanto ele quanto seus descendentes passam a ser considerados infames.
Tiradentes (1746-1792) – Nascido na Fazenda do Pombal, próxima ao arraial de Santa Rita do Rio Abaixo (MG), tropeiro, mascate, dentista prático (daí o apelido), Joaquim José da Silva Xavier tentou a carreira militar, chegando ao posto de alferes no Regimento de Cavalaria Rural. Foi na tropa que entrou em contato com as idéias iluministas que o entusiasmaram e inspirariam a Conjuração Mineira, a primeira revolta no Brasil Colônia a manifestar claramente a intenção de romper laços com Portugal, marcando o início do processo de emancipação política do Brasil. Delatada por Joaquim Silvério dos Reis, a conspiração foi atribuída exclusivamente a Tiradentes. Condenado à morte, foi enforcado em 21 de abril de 1792 e teve seu corpo esquartejado, e os pedaços, espalhados pelos lugares onde ele fizera a pregação da liberdade. É o mais celebrado patriota brasileiro.
Mártir da Independência do Brasil, nasceu no ano de 1746 na Fazenda do Pombal, próxima ao arraial de Santa Rita do Rio Abaixo, entre a Vila de São José, hoje Tiradentes, e São João del-Rei. Filho do português Domingos da Silva Santos, proprietário rural, e da brasileira Antônia da Encarnação Xavier, o quarto dos sete irmãos, ficou órfão aos 11 anos, não fez estudos regulares e ficou sob a tutela de um padrinho, que era cirurgião.Trabalhou como mascate e minerador e tornou-se sócio de uma botica de assistência à pobreza na ponte do Rosário, em Vila Rica, e se dedicou também às práticas farmacêuticas e ao exercício da profissão de dentista, o que lhe valeu o cognome Tiradentes. Com os conhecimentos que adquirira no trabalho de mineração, tornou-se técnico em reconhecimento de terrenos e na exploração dos seus recursos, começou a trabalhar para o governo no reconhecimento e levantamento do sertão brasileiro. Depois alistou-se na tropa da capitania de Minas Gerais e foi nomeado pela rainha Maria I, comandante da patrulha do Caminho Novo (1781), estrada que conduzia ao Rio de Janeiro, que tinha a função de garantir o transporte do ouro e dos diamantes extraídos da capitania.
Nesse período, começou a criticar a espoliação do Brasil pela metrópole, que ficava evidente quando se confrontava o volume de riquezas tomadas pelos portugueses e a pobreza em que o povo permanecia. Insatisfeito por não conseguir promoção na carreira militar, alcançando apenas o posto de alferes, pediu licença da cavalaria (1787). Morou por volta de um ano na capital, período em que desenvolveu projetos de vulto como a canalização dos rios Andaraí e Maracanã para melhoria do abastecimento de água do Rio de Janeiro, porém não obteve deferimento dos seus pedidos para execução das obras. Seus projetos foram rejeitados pelo vice-rei, sendo mais tarde construídos por D. João VI. Esse desprezo fez com que aumentasse seu desejo de liberdade para a colônia.De volta a Minas Gerais, começou a pregar em Vila Rica e arredores, a favor da independência do Brasil. Organizou um movimento aliado a integrantes do clero e pessoas de certa projeção social, como Cláudio Manuel da Costa, antigo secretário de governo, Tomás Antônio Gonzaga, ex-ouvidor da Comarca e Inácio José de Alvarenga Peixoto, minerador.
O movimento ganhou reforço ideológico com a independência das colônias americanas e a formação dos Estados Unidos. Fatores regionais e econômicos contribuíram também para a articulação da conspiração de Minas Gerais, pois na capitania começara a declinar a mineração do ouro. Os moradores já não conseguiam cumprir o pagamento anual de cem arrobas de ouro destinado à Real Fazenda, motivo pelo qual aderiram à propaganda contra a ordem estabelecida. O sentimento de revolta atingiu o máximo com a decretação da derrama, uma cobrança forçada de 538 arrobas de ouro em impostos atrasados (desde 1762), a ser executada pelo novo governador de Minas Gerais, Luís Antônio Furtado de Mendonça, visconde de Barbacena. O movimento se iniciaria na noite da insurreição: os líderes da inconfidência sairiam às ruas de Vila Rica dando vivas à república, com o que ganhariam a imediata adesão da população. Porém, antes que a conspiração se transformasse em revolução, foi delatada pelos portugueses Basílio de Brito Malheiro do Lago, Joaquim Silvério dos Reis e o açoriano Inácio Correia de Pamplona, em troca do perdão de suas dívidas com a Fazenda Real. E assim, o visconde de Barbacena suspendeu a derrama e ordenou a prisão dos conjurados (1789). Avisado o inconfidente escondeu-se na casa de um amigo no Rio de Janeiro, porém foi descoberto por Joaquim Silvério que sabia de seu paradeiro, já que o acompanhara em sua fuga a mando de Barbacena.
Preso, assumiu toda a culpa pela conjuração e após um processo que durou três anos, foi o único que não mereceu clemência da rainha dona Maria I, pois condenado à morte junto com dez de seus companheiros, estes tiveram a pena comutada por favor real. E assim, numa manhã de sábado (21/04/1792), o condenado percorreu em procissão as ruas engalanadas do centro da cidade do Rio de Janeiro, no trajeto entre a cadeia pública e o largo da Lampadosa, atual praça Tiradentes, onde fora armado o patíbulo. Executado, esquartejado e salgado; sua cabeça foi colocada dentro de uma gaiola, levada para Ouro Preto e exposta em um poste, suas pernas cravadas em postes na Estrada das minas e os braços levados para Barbacena.Com seu sangue lavrou-se a certidão de que estava cumprida a sentença, e foi declarada infame sua memória. Essa conspiração ficou sendo conhecida como Inconfidência Mineira. Seu nome completo: Joaquim José da Silva Xavier.
QUANDO TUDO ACONTECEU...
1746: Nasce em Pombal, distrito de S. José d’el Rei (hoje Tiradentes), Minas Gerais; os pais são Domingos da Silva Santos, nascido em Portugal, e Maria Antónia da Encarnação Xavier, nascida na Vila de São José d’el Rei (Brasil). - 1755: Morre Maria Antónia; o viúvo e os órfãos mudam-se de vez para a Vila de São José. - 1757: Órfão de pai. - 1780: Arregimenta-se como soldado. - 1781: É promovido a Alferes. - 1786: A mando do governador da capitania de Vila Rica, leva brilhantemente a cabo estudos demográficos, geográficos, geológicos, mineralógicos - quer de aplicação civil, quer militar. - 1788: Envolve-se na Inconfidência contra a Coroa portuguesa - 1789: Como conspirador, é preso no Rio de Janeiro. - 1792: É enforcado em praça pública e depois esquartejado
À BEIRA DO FIM...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário